Justificativa
As formas artísticas participam de um jogo no qual as poéticas de alteridades, em sua poiesis mesma, são questionadas e colocadas em movimento, tendo em vista que poder e subjetividade se reconfiguram de maneira complexa dentro de diferentes âmbitos sociais e da gramática do imaginário. Inserida na lógica de consumo e de mercado, a arte não é uma esfera de resistência autônoma às formas de poder que excluem e estigmatizam diferenças. Assim, parte-se da premissa de que a subjetividade é produzida por instâncias individuais, coletivas e institucionais, não sendo confundida com sistemas tradicionais de infraestrutura ou superestrutura, mas considerando o declínio do hiato sujeito e sociedade, arte e cultura, inconsciente e as formas de resistência ao poder. A primeira linha de força que move este projeto baseia-se na visão crítica de que os movimentos de subjetivação não tendem necessariamente para um sentido emancipador e participam de complexa rede de valores e de polifonia de vetores sociais. Desse modo, tais movimentos não lançam, fatal e naturalmente, os atores sociais para o palco de ampliação de liberdade, mas podem estar a serviço da reificação de padrões políticos e de atitudes sociais que apenas perpetuam estigmas e modos de existência já consolidados e amplamente divulgados em narrativas históricas hegemônicas. A segunda linha de força justifica-se no fato de que identidade e diferença não são sinônimos, por estarem inseridas em processos diversos de determinação social e cultural, com seus atributos, e, portanto, há de se considerar o aspecto móvel e cambiante que impede a fixação em cristalizações identitárias ou determinações representativas das diferenças. As artes participam da constituição simbólica e imaginária das subjetivações, sendo grande vetor de moldagem e de transformação de padrões comportamentais e escalas interpretativas dos gestos sociais. Por fim, a terceira linha de força que justifica o tema do projeto ressalta o caráter transversal e o entrelaçamento teórico e prático com a análise crítica envolvendo as expressões artísticas que atravessam variadas áreas de conhecimento, ultrapassam linhas territoriais e conectam diferentes campos culturais e fronteiras geográficas.
Objetivos
Intensificar o encontro de diferentes saberes e diálogos com parceiros internacionais, considerando a heterotopia e a heterogênese das artes e suas diferentes formas de subjetivação e saber.
Descrição
Intensificar o encontro de diferentes saberes e diálogos com parceiros internacionais em torno do tema proposto, considerando a heterotopia e a heterogênese das artes e suas diferentes formas de subjetivação e saber. Trata-se de propor ações que fomentem a internacionalização das nossas pesquisas em artes e saberes produzidos por nossos docentes e estudantes na UFBA.. Este objetivo implicará ações como: • Intercâmbio entre grupos de pesquisa no Brasil e no exterior com estudos e pesquisas relacionados ao tema. • Promoção de encontros de pesquisadores nacionais e internacionais, com viabilização de ateliês e laboratórios de produção de obras artísticas. • Deslocamento de pesquisadores brasileiros para o exterior. • Envio de discentes em bolsas sanduíches e em sistemas de co-tutela. • Realização de cursos, congressos e seminários que traduzam o diálogo da pesquisa realizada na UFBA com temas e interesses de cunho internacional, assentes em debates interculturais, de forma colaborativa com parceiros internacionais. • Organização de publicações no Brasil, com participação de pesquisadores estrangeiros. • Publicação de textos de docentes e pesquisadores brasileiros em redes e veículos de informação acadêmica no exterior.
Países Envolvidos
- Alemanha
- Canadá
- Colômbia
- Espanha
- Estados Unidos
- França
- Itália
- México
- Peru
- Portugal
- Reino Unido
- Rússia
- Suécia
Programas Participantes
- Artes Visuais
- Artes Cênicas
- Cultura e Sociedade
- Dança
- Letras
- Língua e Cultura
- Literatura e Cultura
- Música
- PROFARTES