Justificativa
Nas últimas décadas, houve o aumento da procura de alimentos originado pela explosão demográfica, perdas de 1/3 da produção, crises energéticas, globalização, urbanização, envelhecimento populacional, poluição ambiental, entre outros, comprometeram a sustentabilidade dos sistemas alimentares. Sustentabilidade e desenvolvimento, em grande parte do mundo, ainda não são pensados de forma integrada; o que dificulta a realização de projetos inovadores de médio e longo prazos. A meta da Cúpula Mundial da Alimentação (1996) de redução de 50% da fome mundial até 2015 ainda não foi cumprida, apesar de 25 países a terem alcançado. Em 2014, o Brasil atingiu o mínimo de 5,5% da população com desnutrição severa e saiu do mapa mundial da fome. Entre 2015 e 2016, o número de pessoas no mundo afetadas pela fome voltou a aumentar (35%=108 milhões). Em paralelo, há 600 milhões de obesas e 1900 bilhões com sobrepeso. Com base neste paradoxo e numa população mundial próxima a 10 bilhões em 2050 (83 milhões/ano concentrados nos países mais pobres), a produção de alimentos deve ao menos dobrar. Conforme diretrizes da Agenda 2030/ONU, para alcançar este desafio, é necessário a implementação de sistemas alimentares inovadores e sustentáveis que garantam alimentos nutritivos e seguros, acessíveis, geradores de rendimento, resilientes e benéficos ao meio ambiente. Sistemas alimentares envolvem as etapas de cultivo, colheita/abate, processamento, embalagem, armazenamento, distribuição, comercialização, consumo e saúde, com dimensões política, tecnológica, econômica, sociocultural e ambiental. Os sistemas alimentares da agricultura tradicional, que ocupa 75% das regiões temperadas e tropicais do mundo, e a produtividade associada ao uso indiscriminado de produtos químicos, adubos, água, energia e alto custo ambiental, assim como as perdas da produção, deverão ser aprimorados. A agricultura familiar e sistemas cooperativos têm se destacado como alternativas, bem como a produção biotecnológica, superalimentos, novos alimentos, materiais biodegradáveis, uso de descarte e resíduos, entre outros. Neste contexto, o objetivo da proposta é aprimorar conhecimentos na área de sistemas alimentares inovadores e sustentáveis por meio de ações de internacionalização e fortalecimento de 5 programas de pós-graduação e vários grupos de pesquisa com aprox. 25 instituições de 11 países, resultando em maior reconhecimento científico e resolução de problemas regionais, nacionais e internacionais.
Objetivo
Consolidar e planejar estratégias de inovação e internacionalização da área de controle de qualidade e desenvolvimento de produtos e processos de alimentos, bebidas, matérias-primas e correlatos.
Descrição
O Brasil lidera o agronegócio em nível mundial, e apesar da crise brasileira, o PIB do agronegócio cresceu 13 % em 2017, frente a 1,0 % do nacional. Para elevar a capacidade produtiva do agronegócio da Bahia até 2030, estão entre as metas duplicar a produção agropecuária e as exportações, elevar a renda dos agricultores familiares, aumentar a produtividade em 30%. Alinhados com a agenda 2030 da ONU, as estratégias do país e estadual colocam o agronegócio e os sistemas alimentares como prioritários para resolver questões sociais, econômicas e ambiental. Os mais recentes debates nacionais e mundial têm centrado os pontos de partida e chegada do ideal de desenvolvimento nas pessoas, e a capacitação técnico-científica e inovação são essenciais para qualquer plano estratégico sustentável. Na Bahia, as limitações técnico-científicas começam a ser enfrentadas com esforços conjuntos de cooperação local, nacional e principalmente internacional. Neste sentido é necessário intensificar as ações de internacionalização e, ao mesmo tempo, incrementar, ampliar, e capacitar à base técnicocientífica dos setores relacionados ao controle de qualidade e desenvolvimento de produtos e processos de alimentos, bebidas, matérias-primas e correlatos. Neste sentido, busca-se: -Estimular a formação de redes internacionais visando aprimorar e consolidar a qualidade da produção acadêmica das linhas de pesquisa do programa PGALi e de outros programas da instituição relacionadas a sistemas alimentares inovadores e sustentáveis; -Aprimorar os sistemas de proteção da propriedade intelectual e de transferência de tecnologias sociais da área; -Desenvolver novas metodologias para o planejamento experimental, monitoramento e tratamento de dados, visando o controle de qualidade de produtos e processos da área; -Determinar compostos ativos e contaminantes em alimentos, buscando avaliar por um lado os benefícios a saúde e por outro o risco de exposição da população; -Desenvolver novos produtos a partir de matérias primas convencionais e alternativas e avaliar a estabilidade durante armazenamento; -Aproveitar racionalmente descartes regionais para o desenvolvimento de novos produtos, agregando valor a diferentes cadeias produtivas; -Monitorar processos e bioprocessos para obtenção de novos produtos, superalimentos e alimentos funcionais ou nutracêuticos; -Implantar e consolidar internacionalmente o curso de doutorado no programa de pós-graduação de Ciência de Alimentos.
Países Envolvidos
- Alemanha
- Argentina
- Canadá
- Colômbia
- Espanha
- Estados Unidos
- França
- Itália
- México
- Portugal
- Reino Unido
Programas Participantes